¿HÉROE O VILLANO?

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lunes, marzo 16, 2015

NI TANTOS NI TAN POCOS,PERO SIN NEGROS NI MULATOS Y CON ODIO DE RAZA

Manifestação elitizada mostra quão violenta é a raiva dos privilegiados

O que se comentava é que Bresser Pereira tinha razão: "Os ricos nutrem ódio ao PT e a Dilma"

Nas passeatas deste domingo (15) que pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o que se comentava é que o ex-ministro Bresser Pereira tinha razão quando afirmou: "Os ricos nutrem ódio ao PT e a Dilma".
"Surgiu um fenômeno que eu nunca tinha visto no Brasil. De repente, vi um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, contra um partido e uma presidente. Não era preocupação ou medo. Era ódio."
"Esse ódio decorreu do fato de se ter um governo, pela primeira vez, que é de centro-esquerda e que se conservou de esquerda. Fez compromissos, mas não se entregou. Continua defendendo os pobres contra os ricos", afirmou Bresser Pereira em recente entrevista à Folha.
Protesto na Bahia: não se via negros
Protesto na Bahia: não se via negros
Além de elitista, a manifestação deste domingo parecia quase racial. As imagens abertas, mostrando a multidão, também deixavam claro que a esmagadora maioria dos participantes pertencia a uma classe social privilegiada. Até mesmo nos protestos na Bahia, onde reconhecidamente os negros predominam em todas as manifestações, políticas ou culturais, eles não eram vistos nos protestos.
De acordo com a PM, havia 15 mil pessoas na orla de Copacabana. Levando em consideração que havia muitas famílias no ato, com pais, mães, filhos e até avós, então é possível avaliar que havia cerca de 7 mil famílias nas ruas. Só na Rocinha, comunidade da Zona Sul do Rio, há cerca de 600 mil pessoas. Imaginem quantas famílias há nas regiões mais pobres do país, nas periferias, nas zonas mais sofridas.
Aliás, a presença de famílias remete também à histórica Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em março de 1964, em reação aos que os participantes da época chamavam de "ameaça comunista", e comandada pelo padre americano Patrick Peyton. A deste domingo acontece num dia de sol, nas regiões mais ricas dos estados, com características claramente elitiNos muitos cartazes, não se via uma manifestação de revolta contra as empreiteiras, os corruptores que há décadas sangram os cofres públicos. O que se via eram pedidos de impeachment, mesmo após a ex-candidata Marina Silva ter se manifestado publicamente contra o afastamento de Dilma, mesmo após a CNBB ter afirmado que um impeachment enfraqueceria as instituições. Afinal, o que querem os manifestantes? Qual o seu foco? Por que não mostram sua indignação contra os corruptores?
Este flagrante do JB mostra que até mesmo o direito democrático foi desrespeitado. Um senhor humilde, militante de outro partido que não apoiava a passeata, foi humilhado e expulso da orla de Copacabana, inclusive com pessoas acenando notas de R$ 50 para ele. Este senhor certamente viveria alguns dias com R$ 50. Aos católicos, a cena foi uma representação bem própria da época em que vivemos, um período de grandes sacrifícios. Para os não católicos,  caracteriza claramente um acinte ou um deboche aos mais desfavorecidos.
Militante é hostilizado por manifestantes, que acenam notas de R$ 50
Militante é hostilizado por manifestantes, que acenam notas de R$ 50
Para quê deve ter servido esta passeata? Para provocar mais ainda os que sofrem, os que não podem sequer dar esmolas de R$ 1. Na verdade, precisam de esmola. Esta cena que o JB teve oportunidade de fotografar e mostrar aos seu leitores revela quão violenta - como afirmou o ex-ministro Bresser Pereira - é a raiva dos privilegiados.
O que se viu neste domingo foi um replay da vergonhosa vaia e xingamentos contra a presidente Dilma Rousseff na abertura da Copa do Mundo, num estádio lotado de privilegiados em São Paulo. Uma manifestação mal educada contra seu próprio país, sob os olhos do mundo, que minou até a confiança da seleção que representava o Brasil. O que se viu dias depois foi a vexaminosa goleada sofrida contra a Alemanha.
Será que as manifestações deste domingo vão resultar, mais uma vez, no caos, no desequilíbrio emocional e numa vergonhosa derrota do país?
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